Marcadores

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

AUTISMO

Este trabalho foi realizado para a conclusão da disciplina de Avaliação em Psicopedagogia e tem como objetivo discertar sobre um artigo científico. Para este trabalho escolhi o seguinte artigo:

BOSA, Alves Cleonice. Autismo: intervenções psicoeducacionais. Maio de 2006. São Paulo.

O artigo realizado em 2006 pela autora Cleonice Alves Bosa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul apresenta as necessidades dos autistas como de suas famílias, propondo uma intervenção precoce e conclui ao final que cada família busque um tratamento mais adequado a cada caso, considerando também que o foco de atenção não cabe só ao portador do transtorno invasivo do desenvolvimento, mas também a família deles. Seu trabalho está dividido em introdução e intervenção com abordagens múltiplas: como estimular o desenvolvimento social e comunicativo, aprimorando o aprendizado e a capacidade de solucionar problemas, diminuindo comportamentos que interferem no aprendizado e no acesso às oportunidades para experiências cotidianas, ajudando a família a lidar com o autismo, a importância do diagnóstico precoce. Finaliza com resumo e recomendações. Dentro deste contexto, optei em aperfeiçoar informações ora somando ora questionando com o objetivo de levar o leitor a se inteirar claramente acerca do referido artigo, uma vez que na minha opinião seu objetivo de instruir as famílias poderia ter sido mais atrativo numa linguagem mais objetiva e delineando os diversos aspectos do TEA de forma didática. Acredito que desta forma é imprescindível apresentar o funcionamento cerebral para maior compreensão do TEA. Penso que assim sendo, uma família cuja compreensão sobre o transtorno seja justificada pode objetivar seu foco de intervenção junto ao autista ao invés de passar anos perseguindo respostas difíceis de obter. Eliminando assim os mistérios do comportamento autístico pode se dedicar mais ao tratamento, aceitação e intervenção junto ao autista e a seu ambiente, o que é justamente que essa pessoa vai precisar logo que o problema for diagnosticado.
“Autismo atualmente é definido como um transtorno invasivo do desenvolvimento que envolve graves dificuldades ao longo da vida nas habilidades sociais e comunicativas, com comportamento e interesses limitados e repetitivos.” Isso ocorre provavelmente porque há um comprometimento da área de comunicação, chamada de área de Wernick localizada no lobo temporal cuja função é a compreensão da linguagem. O autista apresenta também deficiência dos neurônios-espelhos que são responsáveis em reconhecer intenções alheias. Nova abordagem terapêutica talvez possa corrigir desequilíbrios químicos que incapacitem os neurônios-espelho em autistas, mas, o alívio desse tratamento seria parcial uma vez que não resolveria outros sintomas do autista como: movimentos repetitivos, contorções, ausência de contato visual, hipersensibilidade e aversão a determinados sons. Os cientistas buscam encontrar na molécula do “ecstasy” que ainda esta em estudo, neurotransmissores capazes de ampliar a capacidade dos neurônios-espelho envolvidos nas respostas emocionais. Outras áreas responsáveis pela comunicação apresentam-se comprometidas: tronco cerebral mais curto e ausência de oliva superior cuja função é medir o tempo de chegada do som de baixa freqüência entre as orelhas, o cerebelo, a amígdala apresenta distorções e é ela que determina como reagir emocionalmente, sulcos temporais superiores responsáveis pelo reconhecimento da voz, o hipocampo que recebe a memória de longo prazo e a transmite para o lobo temporal, o corpo caloso que liga os dois hemisférios é reduzido no terço caudal e o giro cingulado, responsável pelas informações sensoriais e compreensão da linguagem, córtex cingulado anterior controla empatia e outras emoções, córtex pré-motor que controla movimentos e percebem intenções, córtex insular que se relaciona com a dor e sensação de desagrado. “De fato, os relatos sobre a preocupação dos pais em relação ao comportamento social e às brincadeiras de seus filhos datam dos primeiros dois anos de vida... O diagnóstico preciso não é uma tarefa fácil para o profissional... No entanto, aos três anos de idade, as crianças tendem a preencher os critérios de autismo em uma avaliação de medidas diagnósticas... atrasos desnecessários no diagnóstico têm implicações práticas importantes, já que o desenvolvimento de estratégias de comunicação efetivas, ainda que simples, em um estágio precoce da vida auxiliam a prevenir o transtorno de conduta com padrão repetitivo e persistente.” A autora apresenta a necessidade de diagnóstico a partir dos três anos de idade porém já é possível perceber comportamento autístico em um bebê através de um conjunto de sintomas: não suga o seio, não acompanha o som da voz com o olhar, não se fixa em objetos e não se integra com o mundo exterior. Várias pesquisas na década de 70 em psicolingüística mostraram as competências do bebê para identificar a língua materna. Em uma pesquisa realizada em 2004, pela psiquiatra francesa Monica Zilbovicius e seus colaboradores, demonstrou-se uma diminuição de concentração da substância cinza no nível do giro temporal superior área responsável pelo processamento da voz. Sendo assim um bebê autista é indiferente ao mundo que o cerca e encontra-se fechado ao contato com o adulto. Existem também os indicadores clínicos de risco de desenvolvimento infantil que já este consagrado na área da saúde, porém não nas orientações psicanalíticas o que se faz necessário o diálogo interdisciplinar praticamente obrigatório melhorando efetivamente a qualidade de vida dos pacientes e sem dúvida um diagnóstico precoce a tempo de intervenções que estimulem e promovam o desenvolvimento de áreas deficiente assim como novas conexões neurais em outras áreas. O programa Son-Rise criado na década de 70 é prova de que a intervenção precoce pode beneficiar em muito a criança com autismo. O fato real apresentado no filme “meu filho meu mundo” prova que uma intervenção precoce pode em casos isolados reverter o autismo. No filme os pais de Raun foram imparciais em busca de uma intervenção junto ao filho, e após três anos de intenso trabalho eles simplesmente reverteram o diagnóstico de que não havia esperança de recuperação para seu filho. Acredito que os avanços nesta área no Brasil ainda caminham lentamente, existe até aqui a necessidade de se investir em novas tecnologias para o tratamento dos autistas, recursos como se vê nos estados unidos e Europa. A internet revela muitas pesquisas recentes acerca do desenvolvimento neurológico do autista que ainda não chegaram a público. Estudos recentes com a tecnologia genômica descobriram alterações consideráveis nos cromossomos 2 e 7 dos portadores de autismo assim como a síndrome do “x” frágil nos autistas e portadores de síndrome de down.
A autora propõe algumas abordagens múltiplas no planejamento do tratamento e afirma que “a prioridade com crianças pequenas deveria ser a terapia da fala, interação social/linguagem, educação especial e suporte familiar.” No reino unido é utilizado o sistema de sinais: Makoton onde os símbolos e sinais que se usam com a pessoa dependem inteiramente de suas necessidades e preferências. Já os símbolos Widgit Rebus têm um vocabulário muito mais abrangente de tópicos de currículo padrão, vocabulário adulto e níveis de alfabetização mais altos. Eles possuem uma estrutura esquemática e incluem marcadores gramaticais para expressão na alfabetização. A utilização de símbolos possui uma estrutura visual que age em outras áreas cerebrais como o hemisfério direito e dá suporte a área da fala. Por isso a utilização de símbolos vai ajudar o autista a criar um canal de comunicação muito útil promovendo a independência e aprendizagem, criatividade e auto-expressão assim como acesso a informação. “Para as crianças mais jovens,... programas de linguagem individualizados são importantes para melhorar a compreensão e a complexidade da fala... para encorajar a fala e desenvolver as habilidades imaginativas, por exemplo, são utilizados recipientes transparentes, que atraem a atenção da criança. Esta estratégia simples ajuda a criança a ter que se comunicar com o adulto para conseguir o que quer.” Mesmo assim os problemas de comunicação permanecem por toda a vida. “Metáforas devem ser evitadas ou explicadas” isso devido a capacidade de pensamento abstrato e conceitual serem limitadas e delas participam circuitos neurais aparentados com o sistema do neurônio-espelho e a parte responsável por essa habilidade de pensamento é o giro do cíngulo cingular, localizado no cruzamento dos centros responsáveis pela adição, visão e tato. Dessa forma também “perguntas devem ser simples e objetivas tentando reduzir a ambigüidade de resposta” evitando, por exemplo, perguntas onde o autista tenha de responder sim ou não.
Quando a autora afirma que é preciso buscar o melhor tratamento para cada caso na verdade está tendo um cuidado precioso para não causar futuras frustrações nos familiares de TEA. “ainda que algum tipo de melhora possa ser demonstrado em diferentes estudos... não existe uma única abordagem que seja totalmente eficaz para todas as crianças.” E sem dúvida o melhor tratamento é o amor, atenção, envolvimento, tempo e união da família em busca do melhor tratamento. É também importante lembrar que é preciso acomodar as necessidades do autista ao invés de exigir mudanças para se tornarem exatamente como nós. Pais de autistas estabelecem uma comunicação totalmente diferente com o filho autista, mas preservam sua comunicação normal com os demais filhos. A autora fala também no intem 4: ajudando as famílias a lidar com o autismo que as mães sofrem sobrecarga com os cuidados do filho autista e apresentam com isso mais “depressão parental na intimidade marital” provavelmente por stress e também por distúrbios do sono no filho autista, “alguns teóricos chamam a atenção para o papel das rotinas familiares, em particular as relacionadas à hora de dormir das crianças para evitar o estresse parental e a falta de intimidade do casal” Algumas mães renunciam a sua carreira para cuidar de seu filho e se sobrecarregam, abandonando a vida social. A autora conclui “as famílias precisam aprender a serem mais resilientes frente à mudança por meio da reestruturação dos papeis, regras, padrões de interação, fronteiras e relações externas com a comunidade... é importante auxiliar pais e irmãos a reconhecerem a frustração, a raiva e a ambivalência seus sentimentos como um processo normal de adaptação”


TENDO aprovação com média final: DEZ!!!!!


PESQUISA EXPLORATÓRIA:

Acessada em 07/11/2010 às 4:00hs

Autismo e Neuroimagem:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462006000500004
Uma introdução à símbolos:
http://www.ahimsa.org.br/centro_de_recursos/projeto_horizonte/UMA_INTRODUCAO_A_SIMBOLOS.pdf

Imagem: anatomia do autista
http://diversidadeautista.blogspot.com/2010_02_01_archive.html

Indicadores clínicos de risco para o desenvolvimento infantil:
http://www.scielo.br/img/revistas/clin/v63n1/a10tab02.gif

Mundosímbolo:
http://www.symbolworld.org/learning/literacy/index.htm

Aula de anatomia:
http://www.auladeanatomia.com/neurologia/telencefalo.htm

Acessados em 28/10/2010 às 23:36 hs
Autismo e doenças invasivas do desenvolvimento:
http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n2s0/v80n2Sa10.pdf
A cognição Social e o córtex cerebral:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-79722001000200003&script=sci_arttext&tlng=es
Autismo: genética
http:/ http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462006000500007&lang=pt/www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462006000500005&lang=pt
Revista Mente e Cérebro. Doenças do cérebro: Autismo. Edição nº 2. Editora Duetto, SP.
CARTER, Rita. O Livro de Ouro da Mente. Ediouro, RJ. 2003.


BILBIOGRAFIA

BOSA, Alves Cleonice. Autismo: intervenções psicoeducacionais. Maio de 2006. São Paulo.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462006000500007&lang=pt
acessado em 12/11/2010 às 20:34 hs

Nenhum comentário: